Com 5G e inteligência artificial, internet das coisas muda a rotina nas empresas

2025-05-27 IDOPRESS

Profissional da Siemens opera sistema de IoT — Foto: Divulgação/Siemens

RESUMO

Sem tempo? Ferramenta de IA resume para você

GERADO EM: 26/05/2025 - 22:33

IoT e IA Transformam Indústria com Inovações Sustentáveis e Seguras

A Internet das Coisas (IoT),impulsionada por 5G e inteligência artificial,está revolucionando a indústria,com 38% das empresas já usando IA. Gigantes como Siemens e Bosch lideram inovações que melhoram a produtividade e a eficiência. Além disso,dispositivos IoT ajudam na sustentabilidade e segurança,como tornozeleiras para vítimas de violência. O avanço é alimentado pela conectividade e demanda por soluções sustentáveis.

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A Internet das Coisas (IoT,na sigla em inglês),que antes parecia uma tecnologia limitada à automação residencial,deu uma guinada nos últimos anos e começou a ganhar espaço na indústria. De sistemas de manutenção capazes de prever falhas e medidores individuais de água e gás,que ajudam empresas a economizar,a máquinas e equipamentos conectados estão ganhando uma aliada poderosa para melhorar a produtividade nas fábricas: a inteligência artificial (IA).

Estão por trás dessas inovações gigantes do mundo das máquinas e da tecnologia como Siemens e Bosch.

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De acordo com o estudo “Panorama do IoT no Brasil 2025”,da Associação Brasileira de Internet das Coisas (ABINC) com a TI Inside,38% das empresas fornecedoras de soluções de IoT do setor já oferecem soluções de IoT com IA embarcada,enquanto outras 43,7% estão em fase de desenvolvimento.

Há até mesmo uma tornozeleira eletrônica com IA que avisa mulheres vítimas de violência da proximidade do seu agressor,lançada recentemente pelo Grupo Link durante o ISC West,principal evento americano do setor de segurança,em Las Vegas.

Japão exibe tecnologia futurista de salvação para desastres naturais

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'Skeletonics',um traje produzido pelo fabricante japonês de robôs Robot Ride,em exibição na zona de emergência e mobilidade do 'Japan Mobility Show' em Tóquio — Foto: KAZUHIRO NOGI / AFP

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Homem veste o 'Skeletonics',e move obstáculos durante uma demonstração no Japan Mobility Show em Tóquio — Foto: KAZUHIRO NOGI / AFP

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Uma mulher é carregada em uma maca-robô produzida pela Attraclab,durante uma demonstração no Japan Mobility Show em Tóquio — Foto: KAZUHIRO NOGI / AFP

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K-RACER-X1,uma aeronave não tripulada de decolagem e pouso vertical (VTOL) de médio porte desenvolvida pela Kawasaki Heavy Industries,em exibição na zona de emergência e mobilidade do Japan Mobility Show em Tóquio — Foto: KAZUHIRO NOGI / AFP

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Um homem veste o 'Skeletonics',e move obstáculos durante uma demonstração no Japan Mobility Show em Tóquio — Foto: KAZUHIRO NOGI / AFP

Inovação exposta na Japan Mobility Show demonstra como os itens podem substituir os humanos em países com escassez de trabalhadores e muitas ocorrências

Esse avanço na indústria IoT,dizem as companhias,foi impulsionado por fatores como a melhora na conectividade (especialmente com a chegada do 5G,a quinta geração de internet móvel),custos menores e pela crescente pressão por sustentabilidade,que tem estimulado o uso de dispositivos inteligentes para otimizar o consumo de energia,água e insumos em geral,além de reduzir emissões e atender outras demandas relacionadas aos princípios ESG (responsabilidade ambiental,social e de governança).

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Na Seara,subsidiária de alimentos processados da JBS,por exemplo,o uso de IoT nas granjas vem ajudando a melhorar o bem-estar animal e a produtividade com o monitoramento inteligente de parâmetros ambientais e comportamentais em tempo real.

A transportadora TRS,também da JBS,implementou um sistema inteligente que,desde 2022,já evitou mais de mil potenciais acidentes ao detectar sinais de fadiga e comportamentos de risco dos motoristas.

Uso consciente da água

A paulista Urbatech desenvolveu um equipamento que usa IoT para individualizar a medição de água e gás em condomínios residenciais,comerciais e industriais. Priscilla Virginia,gerente comercial da empresa,revela que 80% do mercado ainda depende da antiga tecnologia de radiofrequência (RFID).

Segundo ela,o avanço da IoT nos últimos dez anos foi importante não só para tornar a cobrança mais justa,mas também para promover um uso mais consciente dos recursos.

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— Essa é uma forma importante para ensinar sobre o uso consciente dos recursos,mas também é a única forma de se cobrar o consumo correto — diz Priscilla.

A ferramenta também ajuda a encontrar problemas mais rapidamente: recentemente,em um prédio comercial,a empresa localizou a origem de um vazamento que desperdiçava 15 mil litros diariamente.

Na indústria,a Siemens já atende companhias de diversos setores — como alimentos e bebidas,data centers,mineração,petróleo e gás,química e energias renováveis — com IoT. Nos últimos dois anos,o número de clientes no país triplicou,segundo a empresa,que destina 6% de seu faturamento — cerca de € 6,3 bilhões — à pesquisa e desenvolvimento.

Um exemplo: os sensores que a empresa fabrica conseguem distinguir vibrações anômalas em máquinas,que indicam problemas reais,de interferências externas,como o som de equipamentos em funcionamento na rua.

No entanto,o grande volume de dados gerados por esses equipamentos ainda traz desafios,diz Davi Carboni,líder da área de digital da Siemens:

— Precisamos de uma infraestrutura robusta. Um problema é que a base instalada da indústria brasileira ainda é obsoleta. Se 90% dos ativos de uma indústria não são compatíveis com o 5G,como o investidor vai se interessar por essa tecnologia?

Para contornar esse problema,a Siemens oferece redes 5G privativas,criando ambientes controlados internamente. Carboni destaca que a IA tem ganhado escala industrial nos últimos três anos e também ajudou a impulsionar a IoT,com avanços no uso de dados sintéticos para simulações e testes.

Correlações impossíveis para humanos

Na Bosch,essas tecnologias ajudam a resolver uma série de problemas que ocorrem diariamente,prevendo e entendendo melhor as falhas dos equipamentos,diz Julio Monteiro,diretor industrial. Se antes os responsáveis pela linha de fabricação faziam controle manual,agora as máquinas conseguem fazer correlações impossíveis para os seres humanos.

— Se a máquina para por duas horas,o ser humano observa apenas que a máquina parou duas horas. Um sistema com sensores vai dizer se ainda havia peças em produção,se a linha de produção foi completamente interrompida ou até mesmo se uma peça está sendo produzida em 11 segundos,ao invés de 10 segundos.

Na Bosch,70% das linhas de produção já operam de forma conectada,incluindo pedidos de materiais que são realizados automaticamente pelas máquinas,que acionam robôs para levar as peças.

Outro sistema monitora “sinais vitais” das máquinas,como a emissão de ruídos,melhorando a eficiência em até 12% e reduzindo custos de manutenção em 15%. Esse monitoramento também é feito com imagens,que conseguem detectar irregularidades nas máquinas visualmente. Há ainda um sistema com IA para agilizar manutenções.

— Temos anos de informações sobre manutenção de máquinas. Tudo que foi realizado nas máquinas está nesse sistema. Só que cada manutentor preenche os dados de uma forma. A IA consegue buscar informações e correlacionar com erros. O sistema sabe o problema e como as pessoas resolveram — conta Monteiro,que estima redução de 30% a 40% na força de trabalho da empresa com o avanço de novas tecnologias,apesar do surgimento de novas vagas nas áreas de TI e engenharia de software.

Menos emissões

A Squair atua na indústria de alimentos e bebidas,otimizando o consumo de energia com o monitoramento remoto de ativos por meio de sensores inteligentes. Os sistemas,usados em equipamentos que mantêm os produtos refrigerados 24 horas por dia,permitem identificar variações de funcionamento ao longo do dia ou do ano.

No Zé Delivery,cliente da Squair,o consumo de energia caiu 24% após a implementação do sistema — em valores,isso representa uma economia de R$ 36 mil anuais.

— Esses equipamentos servem para manter os produtos em temperatura ideal que funcionam 24 horas por dia,mas entendemos que podem trabalhar de forma diferente ao longo do dia e ao longo do ano. Geramos de 25% a 30% de economia no custo de energia — diz o CEO e cofundador da plataforma de entrega de bebidas,Manuel Vargas.

Temperatura inteligente

Já a Diel atua na redução do consumo de energia e das emissões de carbono por meio da automação de aparelhos de ar-condicionado. Segundo Victor Arcuri,fundador e diretor comercial da empresa,cerca de 70% desses equipamentos não operam conforme as normas dos fabricantes,principalmente por falta de limpeza e manutenção,o que pode elevar o consumo em até 40%.

A empresa aposta na automação preditiva. São instalados cerca de cinco sensores por máquina,que monitoram o desempenho do equipamento em tempo real e identificam se está funcionando corretamente,se há risco de quebra ou se já apresenta falhas.

— Muitas lojas têm temperatura inadequada. Você perde duas vezes: além do desconforto,gasta mais energia. Um cliente tinha um setor da loja muito frio e outro muito quente. Quando padronizamos,os clientes passaram a ficar mais tempo e o tíquete médio aumentou 120%.

O ar-condicionado pode representar de 60% a 70% da conta de energia em estabelecimentos comerciais,e antecipar falhas evita prejuízos operacionais e financeiros,diz Arcuri. Desde 2021,a Diel tem crescido duas vezes por ano,com um salto de 3,4 vezes no faturamento no último ano.

Economia de 40% com luz

Outra empresa atuante nesse mercado é a Group Link,especializada em telemedição de água,gás,energia e iluminação pública. Na área de consumo de água,sua tecnologia permite reduzir o gasto de energia em até 40%,com payback estimado entre 8 e 10 meses.

De menos de mil dispositivos instalados em 2022,a empresa pulou para quase 100 mil no ano passado e projeta atingir 2 milhões até o fim deste ano. Entre 2022 e 2024,o faturamento cresceu mais de 1.500%.

Recentemente,a companhia expandiu sua atuação com o lançamento da ProLink,uma tornozeleira eletrônica com IoT voltada à proteção de mulheres vítimas de violência doméstica. Apresentada recentemente na feira internacional ISC West,em Las Vegas (EUA),a tecnologia emite alertas automáticos à polícia quando detecta a aproximação do agressor.

A tornozeleira tem bateria de longa duração — até um ano e meio sem recarga — e a empresa já está negociando com diversos estados brasileiros

— Atualmente a mulher precisa avisar que viu seu agressor,mas muitas vezes o agressor se esconde. Conseguimos colocar um aplicativo no celular da mulher que avisa quando o agressor está próximo e avisa a polícia. Se ele passar em um ônibus próximo,o sistema consegue corrigir rapidamente e entender como um alarme falso — diz Guilherme Rodrigues,sócio da companhia.

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